O transporte de material em regiões montanhosas constituiu, desde sempre, o grande quebra-cabeças dos homens da arma de artilharia. As peças de grande calibre, habitualmente mais eficazes, eram demasiado pesadas para poderem ser puxadas por animais de carga, enquanto as armas de menor calibre não tinham a eficácia requerida para as acções desenvolvidas na montanha.
A primeira solução para este dilema terá surgido na Rússia, em 1876, quando um oficial esboçou os planos de um canhão constituído por duas peças separadas que, já no campo de batalha, seriam aparafusadas sem grande esforço.
A ideia acabaria por se revelar bastante proveitosa, permitindo transportar as peças de artilharia para locais que, de outra forma, se revelariam impraticáveis. Além da facilidade com que era transportado, este tipo de canhão - alvo de evoluções posteriores - aliava uma precisão de tiro ímpar a uma grande facilidade de manobra e de manutenção.
As suas características revelaram-se por demais evidentes para os homens do 24º Regimento de Montanha na defesa de Kohima. Colocados nas montanhas que rodeavam a cidade, os artilheiros desse regimento podiam atacar as posições japonesas de forma eficaz e precisa, evitando, ao mesmo tempo, os ataques da artilharia inimiga.
A experiência adquirida em Kohima revelar-se-ia bastante preciosa, já que os homens colocadas nas montanhas sabiam qual a posição das forças japonesas no terreno, antes mesmo de receberem das unidades de apoio West Kent as coordenadas das posições inimigas.
Num livro editado posteriormente, De Kent a Kohima, os homens do Real West Kent não poupam elogios à habilidade dos artilheiros: O seu fogo era de tal maneira precioso que eram capazes de acertar a uma distância mínima das nossas tropas sem lhes causar qualquer dano.