Alemães caminham para o caos
Enquanto isso, do lado alemão era dada a ordem de retirada da frente, contando com o apoio e a protecção das debilitadas divisões Panzer. As intenções de Hitler de transformar o Sena na linha de defesa mais avançada acabaram por ser goradas, restando agora aos alemães recuarem até à Linha Sigfried, junto da fronteira alemã, reorganizando as suas tropas.
O Grupo de Exércitos B do marechal Model fraccionava-se, criando três linhas de retirada: a Norte, o XV Exército abandona Pas de Calais; o V Panzerarmee cobria, pelo centro, a retirada do dizimado VII Exército que se movimentava em direcção a Somme; a Sul, o I Exército retrocedia, evitando ser esmagado pela progressão das forças franco-americanas vindas da Provença.
Quanto ao Grupo de Exércitos G, foram recebidas ordens para um rápido recuo, levando até ao Ródano uma das suas unidades de combate, a saber, o XIX Exército.
Hitler ordenou, em seguida, que as tropas efectuassem uma primeira paragem antes da Linha Sigfried e, de seguida, consolidassem posições na referida Linha. Simultaneamente, os comandantes das forças que ainda ocupavam os portos da Bretanha - todas elas sujeitas a um apertado cerco dos Aliados - receberam ordens para resistir até ao último homem, impedindo que as instalações portuárias pudessem ser aproveitadas pelos Aliados.
Objectivo: Holanda
A ofensiva de Montgomery em território belga, executada pelo Grupo de Exércitos comandados pelo marechal, tinha por missão capturar e aniquilar o XV Exército alemão - o qual escapara ileso das operações na Normandia - e destruir as rampas de lançamento das bombas-voadoras usadas para atacar o Reino Unido.
Ambos os objectivos ficaram a cargo I Exército canadiano do general Crerar, cabendo ao II Exército britânico do general Dempsey, funcionando como linha avançada, conquistar Anvers e abrir caminho pela Holanda até Rhur.
A 3 de Setembro, a Divisão de Blindados da Guarda do II Exército britânico tomava Bruxelas e, no dia seguinte, a 11ª Divisão de Blindados conquista Anvers sem que os alemães tenham tido tempo de destruir as instalações portuárias. Os Aliados não tomaram qualquer precaução que garantisse o controlo das pontes do Canal Alberto, nos arredores da cidade, as quais seriam dinamitadas dois dias mais tarde pelos alemães.
Outro erro, que se revelaria decisivo nas batalhas seguintes, consistiu em deixar desguarnecida a península de Beveland, pela qual escapou o que restava do XV Exército alemão usado, tempos mais tarde, para contrariar o avanço dos Aliados em direcção a Arnhem, na Holanda.
O pior que poderia ter acontecido aos Aliados na sua progressão para o Reno foi a pausa que se prolongou de 4 a 7 de Setembro, ou seja, após a entrada na Bélgica. Todos, oficiais e soldados, davam então por terminada a guerra. A 4 de Setembro, coincidindo com o primeiro dia de descanso, o general alemão Student, comandante das tropas pára-quedistas, recebe ordens para reunir todos os homens que pudesse e formar com eles uma linha defensiva ao longo do Canal Alberto, tendo como pontos de referência Anvers e Maastricht.
Seria este improvisado I Exército Pára-quedista do general Student o responsável pelas dificuldades encontradas pelos Aliados ao longo das duas semanas seguintes que, até 17 de Setembro, pouco ou nada progrediram no tempo.
Em meados de Setembro os alemães tinham fortalecido a quase totalidade da sua linha defensiva, sobretudo no fragilizado sector setentrional.