Os Estados Unidos, situados na plataforma da frente, tinham procurado conquistar posições para Oeste como único meio das suas forças navais poderem impor os seus pontos de vista, no sentido da exploração económica da Ásia.
No caminho de São Francisco para o mar da China, os EUA contavam com a base de Pearl Harbor, na ilha de Oahu, no Havai. Este arquipélago encontrava-se a 2.100 milhas de São Francisco e a 3.200 das costas do Japão. Ali se tinha concentrado a Frota do Pacífico, composta por nove couraçados, dois porta-aviões, 20 cruzadores e 40 contratorpedeiros.
Quando a guerra se tornou inevitável, tendo em conta a determinação norte-americana em travar o expansionismo nipónico, o alto comando japonês pensou que o único meio de neutralizar o seu grande rival era tomar a iniciativa e infligir-lhe um golpe definitivo e inesperado. Esta era a essência do Plano Zeta.
No princípio de Janeiro de 1941, o almirante da Frota Combinada japonesa, Isoroku Yamamoto, mandou que se planeasse um ataque surpresa contra Pearl Harbor. Na concepção deste plano, deve ter levado em conta as lições do ataque realizado por torpedeiros japoneses contra a frota russa fundeada em Port Arthur, sem prévia declaração de guerra, em Fevereiro de 1904. É igualmente seguro que Yamamoto estudou, para além disso, minuciosamente, os pormenores do ataque dos aviões do Illustrious, a 11 de Novembro de 1940, à base italiana de Tarento.
A 1 de Agosto de 1941, os EUA decretaram o embargo de petróleo ao Japão. Isto significava o mesmo que sufocar esta nação que recebia da América do Norte 80 por cento do seu combustível. Em Outubro demitiu-se o primeiro-ministro Konoye e assumiu o Governo o general Hideki Tojo. Deste último recebeu Yamamoto a luz verde para a execução do Plano Zeta.
Este plano fazia parte de um programa estratégico mais amplo, cujo principal objectivo era permitir à nação apoderar-se de petróleo e matérias-primas suficientes para levar a cabo uma guerra longa e cara. Por isso, para além do ataque à base norte-americana, estavam previstas ofensivas simultâneas contra Singapura, Hong Kong, Ilhas Holandesas e Filipinas.
Para o bombardeamento a Pearl Harbor organizou-se uma força de seis porta-aviões, com mais de 400 aviões, dois couraçados, três cruzadores e nove contratorpedeiros, sob as ordens do vice-almirante Chuichi Nagumo. Acompanhariam esta força, durante a parte do caminho, três submarinos, contratorpedeiros e oito petroleiros que iriam abastecendo os navios no mar.
A data escolhida para o ataque foi o dia 7 de Dezembro de 1941, de acordo com a hora local de Pearl. Yamamoto pensou (e bem) que a manhã de um Domingo seria o melhor momento para apanhar desprevenidos os norte-americanos. A rede de espiões que os japoneses mantinham no Havai assinalou como muito provável a presença no porto, a um Domingo de manhã, dos dois porta-aviões dos Estados Unidos que operavam na zona.
A 14 de Novembro, e no meio do maior segredo, a frota de Nagumo concentrou-se na baía de Hitokappu, nas ilhas Curilhas, e a 26 saiu para o mar seguindo uma frota o mais afastada possível de todo o tráfego comercial, navegando praticamente ao longo do paralelo 40º Norte, até perto do Havai, para infiltrar-se depois nas ilhas deste arquipélago rumo a Sul.
Durante a Conferência Imperial do dia 1 de Dezembro, considerando que estavam fechadas todas as portas a uma solução pacífica dos problemas do Japão, o Imperador deu a sua autorização para o ataque. Nagumo recebeu o sinal codificando: Sobe ao Monte Niitaka. Esta frase era a ordem de execução para o Plano Zeta. Nagumo, cumprindo o plano traçado pelo almirante Yamamoto, tinha previsto atacar o inimigo com 353 aviões em duas vagas capazes de eliminar completamente as defesas de Pearl Harbor. Às seis e vinte da manhã (hora no Havai), terminou a descolagem da primeira vaga. Foram postos no ar, em tempo recorde, 183 aviões entre os quais estavam: 41 bombardeiros de voo picado Aichi D3A2 Val, 49 torpedeiros Nakajima B5B2 Kate e 43 caças Mitsubishi A6M2 Zero. Às sete, um radar da ilha detectou os aviões japoneses 132 milhas a norte, mas foram confundidos com um grupo de bombardeiros norte-americanos B-17, que eram esperados provenientes de outra base.
O couraçado Arizona, um dos primeiros alvos, recebeu em rápida sequência uma salva de torpedos, seguida de um cacho de bombas. Depois de uma terrível explosão afundou-se, levando consigo 1.177 homens da tripulação. O Oklahoma afundava-se depois de sofrer o impacto de sete torpedos, ficando no fundo da baía com 315 homens prisioneiros nas suas entranhas. Às oito e vinte e cinco tinham sido afundados ou seriamente danificados os couraçados Arizona, West Virgina, Oklahoma, Tenessee e Nevada, o grosso da Frota do Pacífico. O couraçado Maryland também estava avariado, assim como um bom número de cruzadores e contratorpedeiros.
Enquanto se retirava ainda a primeira vaga, aproximava-se já a segunda, que chegou a Pearl Harbor às nove menos vinte. O couraçado West Virginia foi sacudido por uma forte explosão, enquanto o Nevada conseguia sacudir a pressão e manobrar para a saída do porto. O couraçado Pennsylvania e outros navios que se encontravam em doca seca receberam uma chuva de bombas. Às dez menos um quarto retiravam-se os últimos aviões japoneses, voando para Sul para confundir os inimigos e não denunciar a localização dos seus porta-aviões. Atrás deles deixavam afundados ou gravemente avariados uma vintena dos mais poderosos navios da Frota do almirante Kimmel e um arsenal mergulhado no caos absoluto.
No ataque, os japoneses perderam 29 aviões, cinco submarinos anões e uns cinquenta e cinco homens.