Um agente duplo da União Soviética pode ter traído o diplomata sueco Raoul Wallenberg, que salvou milhares de judeus húngaros dos campos de concentração nazis durante a Segunda Guerra Mundial, afirmou um pesquisador.
O pesquisador Wilhelm Agrell, também da Suécia, disse que, segundo estudos de documentos suecos e soviéticos, Wallenberg, detido pela polícia da União Soviética na Hungria em Janeiro de 1945, pode ter sido entregue pelo seu amigo Vilmos Bohm.
Agrell escreveu num artigo publicado pelo jornal sueco Dagens Nyheter que Bohm seria o agente duplo soviético conhecido como Orestes. O agente teria informado a polícia soviética sobre as actividades de Wallenberg.
Um relatório do governo sueco divulgado em março afirma que tanto Wallenberg quanto Bohm trabalharam secretamente para a Grã-Bretanha e EUA. Bohm serviria como contacto de Wallenberg em Estocolmo.
Se Bohm disse aos seus patrões soviéticos o mesmo que contou aos seus superiores na delegação britânica, então Raoul Wallenberg foi traído e o destino dele deixa de ser um mistério, escreveu Agrell.
A Rússia disse que Wallenberg foi levado para uma prisão do país e que morreu em 1947. O governo russo reconheceu que a detenção do sueco foi determinada por motivos políticos.
Wallenberg ajudou milhares de judeus húngaros a escapar dos nazis emitindo-lhes passaportes suecos.
A história do diplomata sempre foi um mistério e muitos acusaram o governo sueco de não se esforçar para descobrir a verdade.
A Suécia manteve-se neutra durante a Segunda Guerra Mundial.