A Alemanha pretende abrir caminho à abertura dos registos de 17 milhões de judeus e trabalhadores forçados perseguidos e assassinados pelos Nazis durante o Holocausto.
Numa conferência de imprensa ontem no Museu norte-americano do Holocausto, a ministra da justiça alemã Brigitte Zypries disse que o seu país iria trabalhar com os Estados Unidos de forma a disponibilizar os tristes ficheiros, um grande passo para tornar público esse material. Os ficheiros encontram-se fechados num antigo armazém das SS em Bad Arolsen no centro da Alemanha.
Nos últimos 60 anos, a Cruz Vermelha Internacional usou os documentos arquivados para encontrar judeus e trabalhadores forçados perdidos ou mortos que foram sistematicamente perseguidos pela Alemanha Nazi e pelos países aliados na Europa central e oriental antes e depois da Segunda Guerra Mundial. Contudo, até agora, a Alemanha resistiu à pressão internacional em permitir o acesso do enorme arquivo aos historiadores e ao público, invocando questões de privacidade.
Relavitamente à intenção da Alemanha, Antonella Notari, uma porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha em Genebra, disse que a informação pessoal deve ser tratada cuidadosamente: Deve ser definitivamente aberta para pesquisa histórica, e existem várias maneiras de o fazer com respeito pelos dados pessoais.
A decisão de abrir o arquivo pode ser formalmente aprovada em Maio em Luxemburgo quando representantes dos 11 países com a responsabilidade dessa decisão se encontrarem. Para além da Alemanha e dos Estados Unidos, os outros países envolvidos são a Bélgica, Grã-Bretanha, França, Grécia, Israel, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Polónia.
19 de Abril de 2006