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Granada de mão alemã
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Forca Expedicionária Brasileira

// Informações sobre o Brasil e a sua força militar (FEB) durante a segunda guerra mundial.

As tropas brasileiras estiveram em Itália onze meses, depois de aí chegarem em Setembro de 1944 e sairem em Agosto de 1945. Foi o único país da América Latina que participou directamente na Segunda Guerra Mundial. A sua participação na guerra começou com a assinatura a 28 de Janeiro de 1942, durante a Terceira Conferência dos Chanceleres Americanos no Rio de Janeiro, de um acordo que colocava fim à sua relação com o Eixo.
 
Com o afundamento de trinca e quatro navios brasileiros perto da costa, a opinião pública começou a pressionar o governo de Getúlio Vargas, presidente do Brasil, culminando na entrada na guerra contra o Eixo. A neutralidade por parte do Brasil até aí mantida não estava a ser bem vista pelos Aliados, que viam em Vargas um possível ditador nas Américas, uma vez que este demonstrava grande simpatia pelo fascismo italiano. Assim, não tendo outra saída, no dia 22 de Agosto de 1942 o governo foi levado a reconhecer a existência do estado de beligerância entre o Brasil e as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
Cabia agora saber qual seria a resposta do governo às agressões do Eixo. O primeiro passo foi fornecer bases militares aos americanos para que das costas brasileiras pudessem partir depois de reabastecidos aviões rumo a África e à Europa, o chamado trampolim do Atlântico. Caberia ainda aos brasileiros patrulhar os mares e os ares do Atlântico. Mas mesmo assim, o povo queria mais. Queria que o governo respondesse à altura aos ataques que em poucos dias mataram mais de uma centena de civis que estavam nos navios mercantes afundados pelo Eixo.
 
Foi então que em 1943 o Brasil decidiu criar a FEB (Força Expedicionária Brasileira). Porém existiu grande dificuldade para encontrar soldados que se encaixassem no perfil do combatente americano e inglês.
A última grande guerra em que o Brasil tinha participado foi contra o Paraguai em 1865, não possuindo à primeira vista comandantes experientes em grandes conflitos. Durante a década de 40, o seu armamento era ainda em boa parte do período da Primeira Guerra Mundial, tratando-se de uma mistura entre armamento alemão e inglês.
A táctica militar ensinada no exército ainda era a francesa que fora utilizada na guerra de 1914. Os soldados estavam espalhados por todo o território, e a sua condição física também não era muito boa. Muitos dos soldados não possuíam instrução escolar pois vinham do campo onde a educação básica era privilégio de pouquíssimas pessoas. Para completar o quadro desastroso, dentro do exército do país ainda havia uma divisão entre oficiais que apoiavam os alemães e oficiais que apoiavam os Aliados.
 
Politicamente falando, existia no país um movimento chamado Integralismo que era um grupo de apoio disfarçado ao nazismo e que tinha muita força principalmente no Sul do Brasil, onde existiam colónias de alemães e italianos.
Para acabar com esta influência, o governo proibiu as pessoas de falarem alemão em público e convocou todos os alemães a comparecerem às delegacias para prestarem depoimento. Isto tudo com o principal objectivo de evitar a espionagem.
 
A imprensa nacional dizia que era mais fácil uma cobra fumar, do que o Brasil ir para a guerra. Enganaram-se plenamente. Mesmo com tantos problemas, o Brasil conseguiu mobilizar mais de 25 mil soldados, divididos em três quartéis e, ainda que a grande velocidade, começou a treiná-los para a saída para o teatro de operações. Por exemplo, enquanto que um soldado americano treinava em média durante 9 meses antes de embarcar para o combate, um soldado o brasileiro treinava somente 3 meses.
 
Assim, a Agosto de 1943 começaram secretamente a ser traçadas as normas para a organização da Força Expedicionária Brasileira (FEB), destinada a cooperar com os exércitos Aliados. No dia 9 de Agosto de 1943, o General Mascarenhas de Moraes, comandante da 2ª Região Militar (São Paulo), foi convidado pelo ministro da guerra, Eurico Gaspar Dutra, a assumir o comando de uma das Divisões de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira.
Em seguida, o ministro partiu para os Estados Unidos carregando uma carta de Vargas ao presidente Franklin Roosevelt, em que Getúlio manifestava o desejo do Brasil em participar activamente nas batalhas. A divisão de Mascarenhas de Moraes seria a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), devendo a sua designação ser feita oportunamente. Pela Portaria Ministerial 4.744, publicada em boletim reservado de 13 de Agosto de 1943, foi estruturada a FEB, constituída pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) e por órgãos não-divisionários. A 23 de Novembro de 1943 é finalmente criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), com três Divisões de Infantaria e elementos orgânicos do Corpo de Exército, inclusive Aviação e Órgãos de Comando e de Serviços.
Uma divisão (1° Regimento Sampaio) iria ficar no Rio de Janeiro, então capital da República, outra (6° Regimento de Caçapava) em Caçapava, no interior do Estado de São Paulo, distante da capital paulista aproximadamente 5 horas e o outro regimento (11° Regimento de Infantaria) iria ficar no Estado de Minas Gerais, na cidade de São João Del Rey.
 
Em Outubro de 1943 já se tinha dado início à organização da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), sob a orientação do General Mascarenhas de Moraes, para esse fim designado a 7 de Outubro de 1943. Essa grande unidade expedicionária e respectivos elementos seguiriam os padrões vigentes no Exército dos Estados Unidos e já consagrados pela experiência da guerra em pleno desenvolvimento.
A tropa orgânica da Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE), tipo americano, compreendia: 
3 Regimentos de Infantaria:
1º Regimento de Infantaria, o Sampaio, do Rio de Janeiro;
6º Regimento de Infantaria, de Caçapava;
11º Regimento de Infantaria, de São João del Rey.
3 Grupos de Artilharia 105mm;
1 Grupo de Artilharia 155mm;
1 Batalhão de Engenharia (9º Batalhão de Engenharia, de Aquidauana - Mato Grosso);

 
1 Esquadrão de Reconhecimento;
1 Batalhão de Saúde (organizado em Valença);
1 Companhia de QG;
1 Companhia de Intendência;
1 Companhia de Transmissões;
1 Companhia de Manutenção;
1 Pelotão de Polícia;
1 Banda de Música;
1 Destacamento de Saúde;
1 Pelotão de Sepultamento.
 
Em resumo, a FEB teve um Comando, uma divisão de Infantaria, um Depósito de Pessoal e pequenas organizações com Serviço de Justiça e Serviço de Saúde ao qual estiveram integrados cerca de 100 médicos e 111 enfermeiros. Na organização da 1ª DIE foram aproveitadas, em grande parte, unidades já existentes, algumas transformadas e outras criadas.
 
Os oficiais tiveram que se adaptar às mudanças. Chefes brasileiros como os generais Euclydes Zenóbio da Costa, Oswaldo Cordeiros de Farias e Falconiere da Cunha, foram mandados para os EUA para aprenderem as novas tácticas de guerra. 
Durante o estágio, o General Mascarenhas de Moraes, no dia de 6 de Dezembro de 1943, acompanhado de diversos oficiais, entre os quais um Grupo de Observadores, partiu para o Norte de África e Itália. Neste último, visitou demoradamente as frentes de combate e esteve em contacto com os mais notáveis chefes militares Aliados desse Teatro de Operações. No final de 1943, foi decidido que o destino do corpo expedicionário brasileiro seria o teatro de operações do Mediterrâneo.
As forças brasileiras seriam integradas no 5º Exército norte-americano, comandado pelo General Mark Clark, e incluída nos quadros do 4º Corpo de Exército, comandado pelo General Willis Crittenberger. Este Corpo do Exército americano, além da divisão brasileira, compunha-se de uma divisão blindada (americana), uma divisão sul-africana e outra inglesa, e ainda da 10ª Divisão de Montanha (americana), que lutou ao lado dos brasileiros em Fevereiro de 1945, aquando da tomada de Monte Castello.
 
O 5º Exército norte-americano fazia parte do 10º Grupo de Exércitos Aliados. Junto com o 5º Exército norte-americano combatia no Teatro do Mediterrâneo o famoso 8º Exército Inglês comandado pelo Marechal Montgomery, que combatera contra com os Afrikas Korps de Rommel em África e alcançara bons resultados, que também já tinham surgido na Sicília.
O Comandante Supremo do Teatro de Operações no Mediterrâneo era o Marechal Sir Alexander, do Exército inglês. Numa constelação de brilhantes generais como esta, deveria ser encaixada a FEB.
 
O maior objectivo dos Aliados em Itália naquele momento era manter o exército alemão sob pressão, de modo a não permitir que seus comandantes deslocassem tropas para França, onde se preparava a ofensiva final das forças aliadas no ocidente.
 
Somente a 28 de Dezembro de 1943 é que foi publicada a designação do General Mascarenhas de Moraes para comandar a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), em confirmação da escolha feita pessoalmente pelo Chefe do Governo, no mês de Agosto.
 
Os homens foram aquartelados e começaram a treinar todo o tempo que podiam, sendo as visitas dos oficiais constantes.
A 1ª DIE foi organizada com base numa Divisão de Infantaria do Exército dos EUA, ou seja, com 14.254 homens (734 oficiais e 13.520 pracinhas, designação carinhosa dos brasileiros combatentes pelo povo e que perdura até hoje) e equipada com 66 obuses (54 de 105mm e 12 de 155mm), 144 morteiros (90 de 60mm e 54 de 80mm), 500 metralhadoras (87 sub-metralhadoras 4.5, 175 .30 e 237 .50), 11.741 fuzis (5.231 carabinas e 6.510 fuzis todos .30), 1.156 pistolas calibre 45, 2.287 armas anticarro (13 canhões de 37mm e 57 de 57mm, além de 585 lança-rojões 2.36 e 1.632 lança-granadas), 72 detectores de minas anticarro e máscaras contra gases para todo o efectivo. Possuía 1.410 viaturas motorizadas, das quais 13 carros blindados M8 e 5 M3 de meia-lagarta. Isso permitia à 1ª DIE transportar de uma só vez um terço de seu efectivo, o que ocorreu na perseguição no rio Panaro. Os 47 botes de assalto e passadeiras permitiam à divisão realizar pequenas transposições de cursos de água. Os seus 736 telefones, 42 telégrafos, 592 estações de rádio e 10 aviões Piper Cub de ligação, proporcionavam-lhe ampla capacidade de observação e ligação.
Com esta organização, a 1ª DIE tinha a possibilidade de atacar numa frente de até 6km e defender uma frente de 5 a 10km, depois de adaptação em montanha que ocorreria na região dos Apeninos, em Itália. O treino da 1ª DIE iniciou-se no Brasil com apoio de 115 regulamentos americanos traduzidos e coordenados pelo Estado-Maior da FEB, que funcionou na Casa de Deodoro e que prestou grande ajuda à mobilização complexa da FEB sob a chefia do General Anor Teixeira dos Santos. Concorreram para esse treino vários oficiais com treino no Exército dos EUA.
 
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 Veja o texto completo do artigo.

Fonte:
Texto retirado do trabalho de Helton Costa.
Veja os livros publicados pelo Helton e disponíveis para download.


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Jonatas
23 de October 2015 às 10:57:49
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Parabéns pelas informações, de nossa participação na segunda guerra.
Beatriz
23 de October 2015 às 10:57:57
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Muito bom esse site! Amei s2s2s2
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