Enquanto subiam, viu a bandeira tremulando no cume do monte. Uma onda de entusiasmo tomou conta de todos os marines, tendo alguns até chorado de alegria quando viram a bandeira americana balançando ao sabor do vento. "Todos nós experimentamos uma emoção que nenhum de nós nunca vai ser capaz de descrever", disse o padre Suver.
Infelizmente, o tenente Haynes, que se tinha prontificado a hastear a bandeira no alto do monte, foi baleado nas costas momentos antes e ficou paralisado até o fim de sua vida.
O Pe. Suver chegou ao topo e, com a aprovação do comandante, preparou-se para celebrar a missa. Duas bilhas de gás vazias com uma placa colocada em cima eram tudo o que podiam encontrar para servir de altar. Mais ou menos vinte soldados vieram assistir à missa com as suas armas em riste, pois a resistência japonesa ainda estava muito acirrada.
Para proteger o sacerdote e os utensílios sagrados, dois marines seguravam um manto contra o vento feroz. Os fuzileiros navais protegiam o sacerdote não só do vento, mas também de um possível ataque que poderia ser eminente.
As cavernas próximas ainda abrigavam soldados japoneses e estavam tão perto que o padre Suver podia ouvir os japoneses falando sobre aquela desconhecida cerimónia religiosa. Providencialmente, os japoneses não atacaram e o Pe. Suver conseguiu realizar a histórica primeira missa da ilha de Iwo Jima.
Jim Fisk, o ajudante do Pe. Suver, publicou posteriormente um artigo afirmando que a missa foi celebrada durante o hastear da primeira bandeira, cerca das 10:30 da manhã. O segundo levantamento da bandeira - fotografada por Joe Rosenthal - ocorreu entre 12:00 e 12:30.
Sobre o momento em que a missa foi celebrada, há uma versão do padre jesuíta Jerry Chapdelaine, que foi amigo do Pe. Suver e que conviveu com ele na escola jesuíta Bellarmine, em Tacoma, Washington. Segundo ele, o padre Suver disse-lhe pessoalmente que a missa fora rezada antes do hastear da bandeira e não depois. O Pe. Chapdelaine conta que o padre Suver disse aos seus homens: "Eu vou rezar a missa para vocês e, em seguida, vocês levantam a bandeira".
"Ele era um cara duro", comenta o Pe Chapdelaine sobre o Pe. Suver, "era fisicamente forte e tinha muita coragem. Mas ele era um homem muito gentil, também". O Pe. Suver morreu de cancro em 1993 aos 86 anos num Domingo de Páscoa. "Ele queria morrer na Sexta-Feira Santa - segundo ele próprio me disse", contou o padre Chapdelaine, que celebrou seu funeral na Igreja St. Joseph, em Seattle.
Sobre o papel dos capelães jesuítas, o fotógrafo Joe Rosenthal - a quem, antes de desembarcar, o tenente Haynes se gabou de que ia levantar uma bandeira no cume do Suribachi e que o padre Suver prometera celebrar uma missa debaixo dela - comenta que que tinha boas recordações dos sacerdotes corajosos que serviram como capelães durante a Segunda Guerra Mundial. "A maioria dos capelães foram bons (...). Os jesuítas foram admirados por todos os marines. (...) Se eles encontravam um fuzileiro naval a morrer, iam até lá [correndo o risco de serem atingidos], como uma coisa natural. Eles eram tão heróicos quanto os marines".
O Pe. Suver e os seus homens tinham cumprido a sua promessa, apesar do grande perigo que encontraram. Muita batalha ainda havia pela frente em Iwo Jima, mas o hastear da bandeira e a missa encorajaram os marines para manter a luta numa combinação sublime de bravura patriótica e fervor religioso.
Bibliografia
Something Else Sublime Happened on Mount Suribachi, Blog The America Needs Fatima
Fr. Charles F. Suver, S.J. "The Jesuit of Iwo Jima", Blog Good Jesuit, Bad Jesuit
The Forgotten Mass on Iwo Jima, site The Remnant Newspaper