O carácter de Hitler era de uma complexidade tal que não se pode dar uma explicação simples sobre a sua ordem de deter o avanço dos panzer de Von Kleist perto de Dunquerque. Possivelmente, vários fios diferentes teceram a sua decisão.
Está claro que o fuhrer continuava receoso da extrema facilidade dos avanços desde que iniciou o ataque sobre França.
Neste sentido coincidia com a prudente atitude dos seus generais Von Rundstedt, Jodl e Keitel de conservar as forças Panzer para futuras operações e não expô-las nas perigosas zonas pantanosas de Flandres.
O general Warlimont, chefe de operações do Okw ? Quartel General da Wehrmacht ? revelou outra possível causa dessa paragem: A mim deram-me conta de outra razão segundo a qual Goering deu certezas ao fuhrer de que as suas forças aéreas completariam o cerco. E o próprio Guderian, primeiro grande surpreendido pela decisão, observou também: Creio que foi a vaidade de Goering a causa da fatal decisão de Hitler.
Tudo isto deu origem a que nas esferas superiores se suspeitasse que havia algum motivo político por detrás das razões militares de Hitler. Assim argumentou-se que ao deixar escapar os ingleses apostava num armistício com a Grã-Bretanha, após a queda definitiva de França. Mas Churchill rebateu tal interpretação, uma e outra vez, considerando que a decisão de Hitler se ficou a dever simplesmente a um erro militar.