Uma frase histórica: Voltarei!
Mal desembarcou em território australiano proferiu a mais conhecida das suas frases. Da frase completa, para a História, passaria apenas a parte final: Voltarei! (I shall return!). E voltou.
A 6 de Agosto de 1945 uma superfortaleza voadora B-29 lançou sobre Hiroshima a primeira bomba atómica da História, obrigando o Japão a render-se. No dia seguinte, não querendo ficar à margem da vitória e da ocupação do território dos vencidos, a União Soviética declarava guerra ao Japão.
MacArthur desejava que a viagem até ao Japão, para a assinatura formal da rendição nipónica, terminasse no aeroporto de Yokohama. Os japoneses manifestaram o seu desagrado por esta ideia, argumentando que o referido aeroporto fora uma das bases dos kamikaze, muitos dos quais continuavam a residir aí. Mais: muitos desses pilotos-suicida haviam manifestado o seu descontentamento, numa manifestação que se desenrolara no Palácio Imperial de Tóquio, pela rendição japonesa.
A 30 de Agosto, o avião de MacArthur (baptizado com o nome de Bataan) aterrava no aeroporto de Atsugi. Mal pôs um pé em terra, MacArthur não esperou muito para proferir outra das suas palavras, desta vez dirigida ao general Eichelberger: Bob, há uma grande distância entre Melbourne e Tóquio, mas o caminho parece ter chegado ao fim.
Rendição a bordo do Missouri
O caminho, longo de 15 milhas, que separava Atsugi de Yokohama foi percorrido a pé, ladeado por soldados norte-americanos. A cerimónia oficial da rendição do Japão realizou-se a 2 de Setembro de 1945, tendo por palco a coberta do couraçado Missouri. Sem indicações oficiais sobre o que fazer ou dizer, MacArthur agiu - ele prórpio o afirmou - como procônsul dos Estados Unidos. Terá sido, sem dúvida, o que de melhor poderia ter acontecido. Para si, para o Japão e para os Estados Unidos. A obra feita não deixaria dúvidas quanto ao desempenho do general.
Aos japoneses poupou, na medida do possível, a humilhação que normalmente espera os vencidos. Os vastos conhecimentos de que dispunha sobre a mentalidade oriental, e a paixão que tinha pelo Oriente, foram vitais para o equilíbrio da sua actuação. O próprio imperador japonês, Hirohito, não deixou de avisar os seus concidadãos: Vejam como tratam o general. Não é um inimigo. É um amigo.
A MacArthur, e à política de ocupação que desenvolveu, deve o Japão o regime democrático e a prosperidade actuais. Uma política pautada pela equidade e pela moderação que muitos consideraram falta de firmeza para com os vencidos.
Em Washington, e em Moscovo, exigia-se pulso forte no trato com os vencidos como, lembravam, fora acordado em Potsdam. Mais do que dar ouvidos a americanos e russos, MacArthur preferiu fazer justiça, condenando à morte os oficiais japoneses acusados de crimes de guerra. Entre esses oficiais contavam-se os generais Yamashita e Homma, este último responsável pela sangrenta Marcha da Morte de Bataan.

