Na data prevista para o início da operação, 17 de Setembro, a 101ª Divisão dos EUA deveria tomar posição próximo de Eindhoven, abrindo a frente Sul; a 82ª Divisão deveria assegurar as posições situadas a meio caminho entre Eindhoven e Arnhem, cabendo-lhe tomar a ponte de Nimega. O ponto-chave de toda a operação, a ponte de Arnhem - uma centena de quilómetros a Norte das posições das forças terrestres - ficaria a cargo dos homens da 1ª Divisão Aérea Britânica, comandada pelo general Robert Urquarth.
A missão confiada a Urquarth e aos seus Diabos Vermelhos não primava pela facilidade, já que deveriam conquistar e manter as posições até à chegada da Infantaria e da Cavalaria, correndo o risco de ficar isolados caso estas últimas forças fossem travadas pelo inimigo.
Dificuldades inesperadas
Impossibilitado de transportar a totalidade dos homens e do material num só dia, Urquarth viu-se forçado a escolher um local distante da ponte de Arnhem para largar os seus homens, perdendo a vantagem da surpresa e arriscando-se a sofrer algumas baixas na progressão até ao alvo. Ao tomar conhecimento de que os alemães haviam instalado uma linha de defesa antiaérea junto a Arnhem, a RAF escolheu Renkum, doze quilómetros a Oeste do alvo, como posto de lançamento dos pára-quedistas. A partir daí seria lançado o ataque a Arnhem.
A meio da manhã de 17 de Setembro, um Domingo, 4.700 aviões deixavam as bases inglesas. Às 13 horas e 30 minutos desse mesmo dia, os primeiros pára-quedistas tocavam solo holandês e, quase sem resistência, avançavam em direcção ao seu objectivo.
De início tudo correu de acordo com o plano. Os planadores e os pára-quedistas chegaram ao solo sem qualquer problema, encontrando aqui e ali uma débil resistência por parte dos alemães, saudados à sua passagem por civis holandeses que lhes ofereciam flores, fruta e leite.
Depois, e ao contrário do previsto, foram obrigados a enfrentar duas divisões de blindados das SS que, ao compreenderem as intenções dos Aliados, encetaram um rápido avanço em direcção à ponte de Arnhem.
Do lado dos Aliados, apanhados de surpresa pelo valor das tropas alemãs no terreno, a 1ª Brigada Aerotransportada britânica esforçava-se na manutenção da supremacia nas zonas escolhidas para a chegada da segunda vaga de assalto, agendada para a manhã do dia seguinte.
A segunda surpresa desagradável surgiu no momento que atingiram as primeiras aglomerações urbanas e as zonas densamente arborizadas: nesses locais, com consequências que se viriam a revelar trágicas, os rádios não funcionavam, privando a 1ª Brigada de contactos entre si e com as restantes forças.
O imenso fogo alemão impediu que os homens dos 1º e 3º Batalhões progredissem na estrada principal de Arnhem, obrigando-os a escolher estradas secundárias, uma manobra que os faria perder tempo e mobilidade no terreno. Menos problemas tiveram os homens do 2º Batalhão, sob o comando de John Frost, que se movimentaram por uma estrada secundária.
Pouco depois, a calma daria lugar a uma violenta batalha. As investidas dos pára-quedistas do lado Sul da ponte revelar-se-iam infrutíferas, com as tropas alemãs a repelirem, um após outro, os ataques dos Aliados. A única nota positiva foi a impossibilidade de o comandante do II Grupo de Panzers das SS, Wilhelm Bittrich, enviar uma das suas divisões para reforçar as defesas de Nimega.