Quanto a Tojo, senhor absoluto dos destinos do Japão, dá a ordem para o ataque contra Pearl Harbor. O dia 7 de Dezembro de 1941 - o dia da infâmia, como lhe chamou Roosevelt - marca o início da guerra contra os Estados Unidos da América.
Tojo passa a governar o país com mão-de-ferro, acumulando a chefia do governo com a do Estado Maior.
Dando luz verde aos planos da Marinha, as forças japonesas tomam Hong Kong a 25 de Dezembro, Manila cai a 2 de Janeiro de 1942, Singapura a 15 de Fevereiro e Java a 9 de Março. O ritmo da progressão japonesa apenas abranda na Birmânia, assistindo-se às primeiras derrotas do até então invencível exército nipónico, derrotado a 8 de Maio na batalha travada no Mar de Coral; a 5 de Junho em Midway. No ano seguinte as tropas nipónicas são obrigadas a retirar de Guadalcanal e, em Maio, têm de evacuar as Aluetas.
Durante este tempo, Tojo ia concentrando novos poderes nas suas mãos, criando um Ministério do Material de Guerra e substituindo a associação criada por Konoye por outra de assistência política ao Imperador (Yokusansejikai).
A máquina de guerra montada por Tojo começa a desmoronar-se a 15 de Junho de 1944, data que coincide com a conquista de Saipan, nas ilhas Marianas, pelas tropas comandadas por MacArthur. Esta conquista, que marca o fim da progressão norte-americana de ilha em ilha, permitirá aos Estados Unidos dispor de uma base para as super-fortalezas B-29 que lhes possibilita lançar ataques contra a capital nipónica.
Como se não bastassem os fracassos militares, Tojo via-se a braços com uma delicada situação social interna. A crescente falta de alimentos era dramática, obrigando a apertar o racionamento para limites próximos do mínimo indispensável à sobrevivência dos cidadãos. A idade de incorporação passou para os 17 anos. Medidas que não impediram nem a demissão de Tojo, a 22 de Julho de 1944, nem o aniquilamento do exército e da Marinha nipónicos. Os norte-americanos tomam, sucessivamente, as Filipinas, Iwo Jima e Okinawa. O golpe de misericórdia é dado com o lançamento das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki.
Derrota e demissão
Demitindo-se, Tojo não admitira, nem moralmente, a derrota do Japão. A sua atitude foi apelar, sem medir as consequências da sua atitude, à continuação da guerra. Uma obstinação paga com vidas de concidadãos seus, sobretudo as dos que serviram de alvo às três bombas atómicas lançadas pelos norte-americanos. Mesmo assim, nada indicia que se outro tivesse sido o curso dos acontecimentos a guerra não se teria prolongado no tempo com maior sacrifício de vidas humanas. Essa é, aliás, uma das justificações avançadas pelo presidente Roosevelt para o ataque com armas atómicas contra o Japão, argumentando que a continuação das hostilidades com recurso exclusivo a armas convencionais iria custar a vida a centenas de milhares de soldados norte-americanos.
Quando abandona todos os seus cargos que ocupa, Tojo retira-se para sua casa e apenas se volta a ouvir o seu nome vários dias depois de MacArthur e Shigemitsu terem assinado os termos da rendição incondicional do Japão. Tojo, com o intuito de chamar a si a responsabilidade de todos os actos cometidos pelo seu país ao longo da guerra - libertando o imperador de toda e qualquer suspeita - decide suicidar-se. Não de maneira tadicional ( o harankiri) mas com um tiro. Uma tentativa que falhou mas, ainda assim, não o pouparia a um final trágico.
Tojo figurava na lista de cirminosos de guerra entregue a MacArthur com a recomendação de aplicar de forma exemplar e com o máximo de rigor as decisões constantes da Declaração de Potsdam. Na lista, ao lado de Tojo, figurava mais de uma centena de nomes, se bem que o número dos principais responsáveis estava limitado a 28, três dos quais já falecidos e um estava louco. Na lista dos 28 constava, obviamente, o nome de Hideki Tojo.